Falar
de responsabilidade socioambiental é falar de qualidade de vida também. Não só
para os trabalhadores da construção civil, como para aqueles que comercializam
as unidades residenciais, os que administram os condomínios e os próprios
clientes que usufruirão do resultado final e da manutenção do mesmo. Neste
artigo, focarei estes últimos.
No
mundo de hoje, a despeito de toda a tecnologia, trabalha-se mais, ainda que em
horários um tanto flexíveis para alguns. O expediente muitas vezes não termina
quando se sai do trabalho e prolonga-se em casa, através do celular e do
computador. Essa tecnologia por outro lado, tem nos feito mais sedentários com
todos os aparatos eletrônicos e automáticos que nos facilitam a vida e nos fazem
cada vez mais, fazer cada vez menos exercícios. Aumenta-se a atividade
intelectual e diminui-se a atividade física e consequentemente a própria
qualidade de vida.
Em
resposta a essa realidade, à violência que nos cerca e à falta de tempo, assim
como em geral, os apartamentos serem menores, nos últimos anos tem havido um
aumento significativo de empreendimentos do tipo clube residencial ou condomínio-clube.
Muitas vezes são empreendimentos que chegam a utilizar 80% do terreno para área
comum com muitas opções de lazer, serviços e segurança, compensando o valor do
condomínio com um maior rateio, já que normalmente nesses empreendimentos há
mais de uma torre com um número grande de apartamentos. Outro argumento a favor
do valor do condomínio é que se gastaria mais com a mensalidade de um clube,
academia, demais serviços que são então prestados dentro do condomínio com
maior comodidade e segurança.
Tais
comodidades não devem ser mais uma razão para o comodismo sedentário ou um
simples apelo para as vendas, mas sim serem voltadas a agregar valor real à
vida de seus moradores. Para isso não bastará uma sala de ginástica e/ou
musculação, mas esse ambiente deverá estar adequadamente equipado, com
políticas de manutenção que garantam a preservação e o bom uso do seu espaço, além
de campanhas de incentivo que estimulem a utilização com segurança de tal
serviço. As piscinas, por exemplo, de acordo com essa visão, tendem a ir além do
objetivo da pura diversão, permitindo a prática da natação através de ao menos
uma raia semi-olímpica. Dentre outros espaços para a prática de exercícios
físicos ou para a melhoria da qualidade de vida, quero destacar os espaços
verdes que devem ser valorizados não só para atividades como caminhadas, mas
simplesmente para se estar em contato com a natureza num ambiente urbano cada
vez mais carente desse contato. E é óbvio, o empreendimento como um todo deve
estar integrado ao meio ambiente de maneira harmoniosa e sustentável, de tal
forma que não haja um excesso de cimento e áreas construídas em detrimento da
área verde, que hoje é um diferencial significativo tanto para a
responsabilidade socioambiental do empreendimento em si como para a qualidade
de vida de cada um de seus moradores.
por Patrícia Reis.
(15.09.2010)
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